A cultura da manga no Brasil
A mangueira (Mangifera indica) pertence à família das Anacardiáceas e é originária da Ásia Meridional e Arquipélago Indiano. De acordo com a Embrapa, o Brasil foi primeiro país na América a cultivar a manga, que foi trazida por portugueses no século 16 e plantada no Rio de Janeiro, posteriormente o cultivo se expandiu para todo o país.
Segundo pesquisas do IBGE, em 2021 o Brasil produziu cerca de 1.505.372 de toneladas de manga em uma área de 76.061 ha, atingindo uma produtividade de 19.792 kg/há. O país é um grande produtor e exportador da fruta, sendo as exportações destinadas principalmente para a Europa e Estados Unidos da América.
Antracnose:
A Antracnose afeta principalmente folhas e frutos e é causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporides. Esta doença prejudica a produção e a qualidade dos frutos em pós-colheita. O fungo se estabelece decorrência da umidade provocada pelo escorrimento do orvalho ou da chuva.
Sintomas de Antracnose em frutos de manga (FERRARI et al., 2011)
Oídio:
O Oídio da manga é causado pelo fungo Oidium mangiferae, cuja doença apresenta manchas de crescimento fúngico, caracterizado por um pó branco. As condições favoráveis desta doença são a temperatura amenas entre 9 e 30°C, e umidade relativa entre 20 a 25%.
Oídio na manga (AGRARIO, 2022)
Algumas doenças da Mangueira
Lasiodiplodia theobromae:
Uma das principais doenças que atacam a cultura da manga é ocasionada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae, que ocasiona diferentes sintomas na planta como a morte-descendente, gomose em ramos e caule, rachaduras no lenho, secamento de panículas, podridões em frutos, declínio e morte em mangueiras (Batista, et. al. 2007, Khanzada; Lodhi; Shahzad, 2004).
É um fungo oportunista, polífago, sendo encontrado atacando cerca de 500 espécies de plantas. Trata-se de um fungo pouco especialista, realizando seu processo patogênico em plantas com deficiência nutricional, em períodos de estresse, com ferimentos naturais ocasionados por insetos ou devido aos manejos realizados na cultura.
A sua dispersão ocorre através do vento, animais, sementes, instrumentos de poda e pelo homem, e, acredita-se que sua evolução em patogenicidade, apesar da baixa especialização em plantas, está relacionada com as pressões ambientais, principalmente em regiões semiáridas, onde o clima lhe é muito favorável (temperatura de 28ºC e umidade de 60%) (Freire, et. al, 2004; Tavares, 2002).
O manejo da doença requer o uso de diferentes ferramentas, com a atenção aos métodos preventivos, podas de limpeza, retiradas de ramos secos, proteção de áreas comprometidas e podadas das plantas, e limpeza dos instrumentos de poda com hipoclorito de sódio. Junto a estes manejos o controle biológico também é um importante agente.
Trabalhos realizados em campo na região de Petrolina, com o uso de BactelⓇ, Bacillus amyloliquefaciens, impediram a evolução dos sintomas da doença em mangueiras que apresentavam rachaduras e exsudação de goma, permitindo que não houvessem o aparecimento de novas rachaduras e o secamento da exsudação e que a planta retorna-se o seu desenvolvimento vegetativo.
Oídio na manga (AGRARIO, 2022)
Mal formação floral:
A mal formação vegetativa e floral –embonecamento é uma doença da manga causada pelo fungo Fusarium subglutinans. A doença relaciona-se a indução pelo fungo da produção localizada de giberelinas, que causam o desenvolvimento anormal de inflorescência, de brotações florais e de brotações vegetativas.
Flores de mangueira com embonecamento (Embrapa, 2022)
Medidas de controle de doenças
É importante fazer o controle com pulverizações de fungicidas biológicos na fase de floração e início de frutificação, pois a planta está mais vulnerável. Em casos com histórico de doenças é indicado fazer pulverização antes da indução da floração. Outros tratamentos devem seguir o monitoramento das áreas.
Uma outra medida de controle de doenças é retirar do pomar material contaminado de safras anteriores, como frutos mumificados e panículas que não frutificaram. A eliminação de restos de poda abaixo da copa das plantas diminui o inóculo.
O fungicida biológico Bactel®
Na cultura da manga para controle de doenças você pode contar com a ferramenta biológica Bactel®, um fungicida biológico à base de Bacillus amyloliquefaciens, isolado CBMAI 1301, que atua tanto na parte aérea como na parte das raízes da planta. Esta bactéria está associada ao controle de diversas doenças e atua com diferentes mecanismos. Assim como os demais biológicos existem diversas vantagens para o produtor associadas a este produto.
As bactérias presentes no Bactel® liberam enzimas que atacam os microrganismos causadores das doenças, também devido ao crescimento rápido acabam competindo com os microrganismos causadores da doença, com vantagem, pelo espaço e nutrientes. Outras características deste produto é a formação de um biofilme que protege contra futuras doenças e da presença de nematoides. Também induzem a planta a ter resistência aos patógenos. Uma outra vantagem em relação ao Bacillus amyloliquefaciens é a capacidade, descrita em referências especializadas, de solubilizar fósforo no solo para planta.
Fontes:
BATISTA, D. C.; LIMA, M. F.; MAGALHÃES, E. E.; JÚNIOR, E. F. A. Detecção de infecções quiescentes de fungos em frutos de mangueira. Fitopatologia Brasileira, Brasília, DF, v. 32, p. 244, ago. 2007. Suplemento.
BATISTA, D. D. C., RIBEIRO JUNIOR, P. M., BARBOSA, M., DE ANDRADE, J. N., & TERAO, D. (2016). DOENÇAS DA MANGUEIRA.
CANAL AGRARIO. CONSEJERÍA DE AGRICULTURA, GANADERÍA Y PESCA DEL CABILDO DE LA PALMA
MANEJO DA MALFORMAÇÃO VEGETATIVA E FLORAL – EMBONECAMENTO. EMBRAPA (OUTUBRO DE 2005)
FREIRE, F. das C. O. et al. Novos hospedeiros do fungo Lasiodiplodia theobromae no Estado do Ceará. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2004. 6p. (Comunicado Técnico, 91).
KHANZADA, Muhammad Ali; LODHI, Abdul Mubeen; SHAHZAD, Saleem. Mango Dieback and Gummosis in Sindh, Pakistan Caused by Lasiodiplodia theobromae. Plant Health Progress, [S.L.], v. 5, n. 1, p. 01-06, jan. 2004. Scientific Societies. http://dx.doi.org/10.1094/php-2004-0302-01-dg. Disponível em: https://apsjournals.apsnet.org/doi/10.1094/PHP-2004-0302-01-DG. Acesso em: 13 dez. 2022.
TAVARES, S. C. C. de H. Epidemiologia e manejo integrado de Botryodiplodia theobromae – situação atual no Brasil e no mundo. Fitopatologia Brasileira, v.27, p.46-52. 2002.
FERRARI, Josiane T. et al. Antracnose associada às fruteiras. Instituto Biológico, São Paulo, v. [], n. 163, p. 1-1, 09 set. 2011. Disponível em: http://www.biologico.sp.gov.br/publicacoes/comunicados-documentos-tecnicos/comunicados-tecnicos/antracnose-associada-as-fruteiras. Acesso em: 13 dez. 2022.